sexta-feira, 17 de março de 2017


Saturno....
O senhor das raízes ou o senhor dos anéis?

Ana Maria era uma belíssima astróloga que tive o prazer de conhecer antes que partisse, antes que se transformasse noutra forma de energia ( que é uma boa maneira de pensar na morte ). Em Astrologicamente, ela escreveu este artigo sobre Saturno que transcrevo. E é trabalhando com este conhecimento que se pode ir ao fundo de nós próprios e é desenterrando os nossos medos que desbloqueamos as situações das nossas vidas que não nos deixam avançar.
É isto que se pode fazer em Astrologia.
É isto que eu faço.

Mostra-me onde tens Saturno e dir-te-ei o que receias e se permitires posso ensinar-te como o usares com sabedoria.
Mas terá de ser tua a escolha do que queres fazer.
E é SÓ isto que estamos a fazer aqui e agora, neste Planeta onde só nos é permitido vivenciar Saturno (leiam o post que vou colocar a seguir para perceberem esta frase).
Neste momento (com estes trânsitos: Marte acabadinho de entrar em Touro, põe-nos lentos, Vénus retrógrado em Carneiro, mistura-nos os valores "numa rapidinha" e Mercúrio em Peixes, no reino do senhor da confusão dá-nos ambivalências), somos arrastados nas confusões e nas inseguranças.
E é um óptimo momento para enfrentarem os vossos medos....
Se se atreverem.

"A raiz de todos os medos.

É conhecida a simbologia de Saturno; necessidade de controle, estrutura, estabilidade, disciplina, alicerces, determinação, ambição, regras, restrições, repressão, demoras, tradição, status quo, figuras de autoridade, frustração...

Entender estas necessidades, aplicar esta simbologia ao nosso mapa, crucial para que cada vez mais despertos e conscientes possamos, responsavelmente, livremente seguir o nosso caminho.

Logo desde cedo, encontrámos dificuldades, absorvemos medos, sentimos-nos reprimidos, limitados e confrontados, logo padronizámos onde seria necessário uma disciplina redobrada. Cada um tem a sua história.
A Casa que rege e como Saturno se liga com os restantes planetas, dá-nos indicações muito claras desta raiz.

Ao longo da vida, Saturno em transito, vai reflectindo momentos de vida em que houve necessidade de tomar de decisões, marcar posições. A tendência é para que se recriminem as circunstâncias, os medos atávicos saltam, as sensações de limitação...

Entender o que está em causa, olhar de frente; recordar quantas decisões foram tomadas por medo,...aonde estas nos levaram, do quê que ainda nos condiciona...
Serão as perguntas pertinentes a colocar num próximo encontro dinâmico de Saturno com um planeta da vossa carta.

De como estas raízes ainda nos prendem em vez de nos sustentar."


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Escravos



Há coisas que me fazem confusão desde o início e outras que vão crescendo em confusão.
Mas costuma haver um momento para parar e começar com as perguntas.
Podia escrever sobre "crescimento pessoal", o meu que o vosso depende do quanto investem nele. E, enquanto disserem "alhos" e fizerem das vossas vidas pessoais "bugalhos", não vão longe, quer dizer vão longe na vossa própria "mentira pessoal" mas ninguém se importa mesmo. A vidinha é vossa a mentira também.

Isto é apenas uma chamada de atenção, exactamente igual ao despertador que vos acorda de manhã.
É assim simples, querem ver?
Põem o despertador para vos acordar.
(Adicionam-me como "amiga" no facebook)
Ouvem o ruído estridente na hora que determinaram.
(Lêem o que me entretenho a escrever)
Levantam-se com um sorriso e dizem bom dia ao espelho.
(Entendem o eco que vos ressoa)
Ou simplesmente esmurram o despertador e viram-se para o outro lado, no aconchego da comodidade.
(Chamam-me louca)

Podia fazer um desenho mas agora quero escrever sobre um assunto que parece preocupar o mundo, o homem do momento.
Mas este será um post só para mulheres, aconselho, portanto, os homens a irem ler outra coisa qualquer.
O homem do momento é uma afronta às mulheres!
Será?
Vai causar a guerra civil no seu próprio país!
Será?
É uma "abécula", apenas criou um império porque os outros deixaram.
Será?

A Imprensa quer seja rosa, azul ou cinzenta quer fazer deste homem um palhaço (ao que ele não se faz de rogado, digamos a bem da verdade), as televisões, qualquer tipo de notícia é unanime neste caso, estão todos tão de acordo que até assusta.
A multiparidade racial, social, política e económica são unanimes neste assunto, ora isto por si só já é estranho e, se pensarmos que o deixaram chegar ao lugar aonde está ainda é mais estranho.
Portanto a pergunta que nos deveríamos fazer é: porque está "isto" a acontecer?
Ou será que toda a gente deixou de pensar?
De repente, endeusa-se um outro, galardoado com um prémio da Paz que nunca propagou. Uma paz podre para "inglês ver", mas que a comunicação social levou a bom porto e neste momento adia-se a vida por aproximadamente dois anos para que o desfecho esteja perfeitamente previsto.
Quem é que manda no mundo?

Eu percebo que o homem é uma espécie de louro e que somos formatados a pensar que são as louras que não pensam, o que me leva ao outro tema: as mulheres... mas já lá vamos e, se não chegarmos a ir, não faz mal, temos tempo.
O homem supostamente louco concorreu contra uma mulher supostamente uma mártir traída e contra outros que a comunicação social simplesmente ignorou. Portanto num país tipicamente machista, fantasioso, que sobrevive do que inventa e muitíssimo importante à beira do maior precipício económico que se pode imaginar só mesmo o louco para ganhar e mascarar todas as circunstâncias.

Numa encenação perfeita, os senhores do mundo dividem-se entre a aparente aposta numa criação fabricada à medida das suas exigências (uma mulher que andou nas bocas do mundo como a que perdoa ser publicamente atraiçoada e que de algum modo se vendeu às circunstâncias do lugar que ocupava) e um maníaco deprimente, capaz de arcar com o peso da história (contada pelos mesmos senhores), como o homem culpado pela queda do Império. Uma espécie de Nero dos tempos modernos.
Há sempre alguém que assume o trabalho sujo.

E por trabalho sujo, passo às mulheres. Quem melhor que elas para limparem o trabalho sujo da humanidade?
Mas ele há mulheres e mulheres, embora seja cada vez mais difícil perceber onde está a mulher que não foi transformada em homem ou em carneiro. Nas mulheres o termo "carneiro" não se aplica muito bem, é mais um "maria-vai-com-as-outras" e lá vão elas, essencialmente se for um homem a comandar.
Raramente vão atrás de outra mulher, a não ser que haja um homem dissimulado por detrás.
Aqui percebe-se que a "mártir traída" não tinha condições de vencer, o homem por detrás era um crápula. Mas há outra mulher a quem se pode endeusar o marido e por acessório o Olimpo é alcançável.

A campanha começou muito antes do dia previsto. É deste modo que se cria a história... como fazer uma fogueira.
Quem pensa que um pau e um fósforo fazem uma fogueira, nunca acendeu nenhuma. São precisas as pinhas, a caruma e os troncos pequenos para que o tronco mais grosso comece a arder. Claro que umas acendalhas com petróleo também servem mas o assado não fica com o mesmo gosto e a madeira queima muito mais depressa e não faz tanto calor.

Mas voltando às mulheres e ao facto de serem comandadas por homens, vemos isso a partir do momento em que o estigma de ter nascido da costela de um homem a torna "descendente de um osso".
Se pensarmos que sem mulheres não há homens a coisa muda um pouco de figura e percebemos o medo que os homens têm das mulheres que pensam, daí ser tão importante e urgente reduzi-las a objectos, seja sexuais, seja emocionais, sempre que uma mulher pensa que precisa de uma "metade" para ficar completa é meio caminho andado para a dependência a outra metade aparece pelo vazio criado por "essa metade" que não existe.
E assim temos mulheres submissas e com um sentido de inferioridade que nos aparecem em quase todas as publicações brasileiras que, recentemente a internet e, neste caso o facebook, nos mete, a nós portugueses, todos os dias em casa mas que já vem de longe com as novelas que as TVs importam.
Esse sacrifício e esse martírio religioso é muito difícil de ser combatido. Só as culturas mais ancestrais celebram as mulheres com o respeito e a admiração que merecem, até os homens começarem a fazer da economia o poder do mundo as mulheres transportavam o que de mais importante existe: a sabedoria e a vida.

Agora, vivemos tempos de conceitos trocados: a economia paga-se a peso de ouro e a sabedoria é dividida às postas e posta em causa e bem misturada numa miscelânea de conhecimentos banalizados.
Percebe-se, por isso como é fácil sobrevalorizar o homem (e as mulheres que se transformaram em ”homens”) e menosprezar a essência da mulher.
Portanto, mesmo que seja uma mulher a sentar-se no lugar que o homem louco ocupa, ela terá os homens da economia e do poder a puxarem os cordelinhos onde ela está atada.

E continuarão a serem lançadas milhares de bombas por ano, destruindo povos e arrasando países, sem que ninguém fale nisso.


Ana Paula Claro



«És livre se podes afastar-te dos homens, sem que te obrigue a procurá-los a necessidade do dinheiro, ou a necessidade gregária, ou o amor, ou a glória, ou a curiosidade, que no silêncio e na solidão não podem ter alimento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre. E não está contigo a tragédia, porque a tragédia de nasceres assim não é contigo, mas do Destino para si somente. Ai de ti, porém, se a opressão da vida, ela própria, te força a seres escravo. Ai de ti, se, tendo nascido liberto, capaz de te bastares e de te separares, a penúria te força a conviveres. Essa sim, é a tua tragédia, e a que trazes contigo. Nascer liberto é a maior grandeza do homem, o que faz o ermitão humilde superior aos reis, e aos deuses mesmo, que se bastam pela força, mas não pelo desprezo dela».
Fenando Pessoa


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Lua Cheia



Ontem à noite, bom ainda não era noite, pouco passava das 6 da tarde e subia a Serra mágica que me permite chegar a casa quando venho da cidade onde agora dou consultas e o dia tinha começado cedinho com fotos ao nascer do sol.

De repente, num ponto abaixo de mim, porque estas coisas das perspectivas é tramado, vejo uma lua completamente laranja que me ocupa metade da janela da frente do carro (para quem não sabe o meu carro é mesmo grande e tem um vidro enorme), mas vamos ao que interessa....
Olho todos os espelhos e na escuridão sem faróis, abrando e quase paro em êxtase.
Na Serra há poucos lugares seguros para realmente parar e conheço de cor os lugares onde o posso fazer mas a visão da lua não será a mesma até, praticamente, chegar a casa. No entanto, os quinze minutos que ainda faltam e a perspectiva mostrar-me-á outra lua.
Não me importo!
Encho-me daquele momento e inspiro aquela lua e a visão magnifica do instante é suficiente. Já me habituei a aproveitar estes presentes de magia. E, continuo a conduzir até casa.
A perspectiva muda, o terreno também e a Serra já ficou para trás e, só nessa altura (nos 500 metros que me separam da casa mais próxima), saio do carro no caminho de terra batida onde o próximo veículo será a carrinha da escola na manhã seguinte. 

Tiro a foto e sento-me no chão.
A Meia-de-Leite (a minha cadela rafeira) já sentiu o carro que conhece bem, estranha o aparato e salta-me para cima, lambendo-me a cara, como quem pergunta se está tudo bem.
Tranquilizo-a e digo-lhe que "vamos fazer de conta que estamos de manhã"....  vamos meditar um bocadinho.

Sei que me entende e olha-me com ar de "se estás bem, já cá volto" e dirige-se à casa, em pulinhos saltitantes, tipo cabrinha a avisar que estou perto e sou doida.

Retomo a mim mas gostei da distração e volto à lua, desta vez é a Lua astrológica que me distrai, sei que está conjunta ao meu Sol natal, daí esta interiorização tão profunda.
Respiro fundo, há demasiados pensamentos em mim, não vale a pena insistir e vejo que a Meia-de-Leite trouxe a filha com ela e a Café-com-Leite não me vai obedecer se a mandar estar quieta. Ainda tenho de fazer o jantar e os miúdos já estão em casa... tenho de ver como ficou a foto...
Levanto-me e entro no carro cheia de toda aquela magia... "tá na hora de voltar pra casa".


Ana Paula Claro de volta ao blog numa sexta-feira 13