sábado, 26 de novembro de 2011

Homenagem ao Fado




Vamos contar factos da vida
Cantar desilusões e amarguras
Porque o fado é isso
Porque o fado fala de sonhos perdidos

Vamos cantar o fado
É tão fácil falar de partidas
Porque o fado é tristeza
E tem gosto de saudade

Fado não rima com alegria
Fado rima com solidão
E noites vazias
No meio da multidão

Fado rima com emoções fortes
Marcadas pela dor e pelo desespero
Não há fado sem paixão
E a paixão é efémera e violenta

Conta uma história triste
E tens fado
Lembra um amor que perdeste
E tens fado
Rima palavras com emoção
Pois o fado entra assim no coração

(Porque eu escrevi isto um dia)

domingo, 1 de maio de 2011

Mãe
eu vou até além
para te ver para te ter
Nós gostamos de ti
e eu gosto de um javali
Muito bem
Mãe
Eu queria ir à quinta
mas que grande pinta
Mãe

escrito pelo António
e ajuda da Maria
dia da Mãe/2011

domingo, 17 de abril de 2011

“Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo.”(Mark Twain)

Preciso escrever
porque o mundo parece que vai submergir num desfiladeiro
Não
Não é o mundo
É apenas este instante da minha existência

Um momento
que no momento seguinte vai ser outro momento qualquer
Mas se não o agarro
Se não o consigo dissecar
Ele vai acabar por apodrecer numa gaveta

Este medo deu lugar à surpresa
Depois veio a revolta
Só mais tarde as lágrimas

Convoquei os anjos
Escrevi uma carta a Deus
E pedi que lha entregassem
Usei também a energia para contactar o Universo
(Podiam habitar departamentos diferentes)

Só lutamos para sobreviver
Quando a dor é tão forte
Que nos faz pensar que paramos de respirar

Esperei……
Voltei a abrir a gaveta
Enquanto esperava a resposta

O momento
em qualquer momento
passa a ser o momento seguinte

Portanto vai ter de ser mesmo assim
Vai ter de ser agora
É isto que faço
É isto que sei fazer
Corto
Disseco
Reduzo a pó

E enterro
Só fazemos as perguntas quando sabemos as respostas
……. e Ele mandou-me fazer trabalho de casa
17.04.2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011



Apetece-me escrever um poema político
onde as palavras se engulam umas às outras
na quantidade perfeita de dizerem banalidades.
Discursar sobre a matéria de um determinado propósito
ou na qualidade do ar atmosférico
dentro de um contentor do lixo.

Apetece-me escrever um poema político
cheio de vírgulas e exclamações
com expressões maculadas
de grandeza e transpiração
onde comunguem o vazio e o utópico
dito e desdito na afirmação seguinte.

Apetece-me, mas não o faço.
vou utilizar o tempo em algo mais produtivo
vou desligar o computador
e ouvir o som do silêncio.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

2012


2012

Tomara que não…

Que tudo continue da mesma maneira
Que as pessoas continuem a existir
Na monotonia das suas vidinhas
Que compitam
Que guerreiem
Que se matem
E não se respeitem

Tomara que não…

Que tudo continue da mesma maneira
Que exista internet e comunicações
Que continuem a querer espiritualidade em pó
Que mintam
Que roubem
Que não tenham tempo
Que corram
E que gritem

Tomara que não…

Dar-me-á muito mais trabalho se for sim
Que eu não precise
Lutar para sobreviver

Apenas existir para crescer
Com calma e tranquilidade
Num Paraíso plantado por mim