segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011



Apetece-me escrever um poema político
onde as palavras se engulam umas às outras
na quantidade perfeita de dizerem banalidades.
Discursar sobre a matéria de um determinado propósito
ou na qualidade do ar atmosférico
dentro de um contentor do lixo.

Apetece-me escrever um poema político
cheio de vírgulas e exclamações
com expressões maculadas
de grandeza e transpiração
onde comunguem o vazio e o utópico
dito e desdito na afirmação seguinte.

Apetece-me, mas não o faço.
vou utilizar o tempo em algo mais produtivo
vou desligar o computador
e ouvir o som do silêncio.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

2012


2012

Tomara que não…

Que tudo continue da mesma maneira
Que as pessoas continuem a existir
Na monotonia das suas vidinhas
Que compitam
Que guerreiem
Que se matem
E não se respeitem

Tomara que não…

Que tudo continue da mesma maneira
Que exista internet e comunicações
Que continuem a querer espiritualidade em pó
Que mintam
Que roubem
Que não tenham tempo
Que corram
E que gritem

Tomara que não…

Dar-me-á muito mais trabalho se for sim
Que eu não precise
Lutar para sobreviver

Apenas existir para crescer
Com calma e tranquilidade
Num Paraíso plantado por mim