sábado, 19 de dezembro de 2009


História sufi (sobre o amor):

Se amas alguém e aos poucos a forma dela desaparece e vais ficando em contacto com o seu interior. E se fores mais fundo, até mesmo o interior da pessoa desaparece e abre-se o além.
Essa pessoa era apenas uma porta e, através da pessoa amada encontra-se o divino. Quando não se consegue amar precisa-se constantemente de provas e de rituais. O ser amado está sempre aí, é só deixá-lo revelar-se.
Se estiveres a dançar ao redor de uma árvore ela torna-se o ser amado.
Mas é difícil estar em contacto com o Universal, ele não tem princípio nem fim, ele é imenso. Por isso o caminho para chegar ao Universal passa normalmente por uma pessoa. Portanto é necessário amar.
E que o amor não seja uma competição mas uma plena aceitação do outro.
E tentar convidar o outro a fazer o mesmo, mergulhar em si, sem qualquer condição.
Isto pode acontecer em relação a uma criança e até a um animal de estimação, por exemplo se estiveres num relacionamento profundo com alguma coisa, essa coisa tornar-se-á Divina.
A chave mágica é fazer com que se penetre no âmago do outro. As pessoas esperam que os outros lhes dêem o que não possuem. Não tenhas expectativas pelos outros, deixa que eles sejam aquilo que são e tenta vê-los desse modo pois, ao encontrares o oculto dos outros, descobrirás a tua própria parte oculta.
Capítulo 3
Não fiques triste, vou mostrar-te agora a casa 3!

Aqui, já percebeste, não estás sozinho, pois a casa 3, é isso mesmo, o que te rodeia:

Os irmãos que fazem “cutchi-cutchi” só para dizerem que sabes rir, os vizinhos que aparecem para saberem as novidades…
é o teu dia-a-dia, o quotidiano…
É aqui que acordas
e fazes uma pequena viagem até ao local onde trabalhas
e voltas
e vais ler o jornal
e vais ver televisão
e vais comer rapidinho
e vais dormir
e voltas a acordar
e já é o dia seguinte…
Mas então, pensas tu e eu entendo, esta é a rotina de uma existência inteira…
Tão rápido como ler o que escrevi, de repente, és velhinho e ainda estás na casa 3

Tu és todo o teu quotidiano!

Pensa nisso...
O Conhecimento é o teu escudo e a Sabedoria a tua espada.
Que os Astros estejam contigo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

História sufi (sobre a verdade)

Porque é que tudo o que diz me parece familiar? – pergunta o aluno ao mestre. - Já ouvi isso noutro lugar mas ao mesmo tempo parece-me tão cheio de revelações.
-Esta é a qualidade da verdade, ela não é velha ou nova, é ambas – responde o mestre – a verdade é eterna. Já a ouviste milhares de vezes, embora possas não a ter entendido antes. Estás a ouvi-la agora como a ouviste no tempo de Krishna, no tempo de Buda, no tempo de Jesus, todas as outras vezes em que estiveste aqui.
Se agora a compreendes é porque este é o momento de estares aqui.
Quando entendes a verdade, desapareces.
A compreensão é a morte, a morte da fantasia e da ilusão.
A verdade parece-te familiar porque é familiar e, no entanto, revela novas dimensões porque a todo o momento estás acordado para outro entendimento.

Muitas vezes ouvimos as palavras e não as entendemos.
A transformação é uma função da verdade.
Jesus disse: “A verdade vos libertará”.

No momento que entendes, estás livre.
Deves ouvir mas não deves comparar porque ao fazeres isso estás a fazer com que a memória se entregue ao sentimento do que é familiar e aí ficas distraído.
Então deves ouvir só por ouvir sem pensar no que já conheces porque de contrário pensas que não há nada novo para compreender.
A comparação impede de desabrochar.
Se escutares, com atenção por um instante, é suficiente e acordarás.

E um momento é o bastante... porque é aí... que a porta se abre para a eternidade.