segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

História sufi (sobre a verdade)

Porque é que tudo o que diz me parece familiar? – pergunta o aluno ao mestre. - Já ouvi isso noutro lugar mas ao mesmo tempo parece-me tão cheio de revelações.
-Esta é a qualidade da verdade, ela não é velha ou nova, é ambas – responde o mestre – a verdade é eterna. Já a ouviste milhares de vezes, embora possas não a ter entendido antes. Estás a ouvi-la agora como a ouviste no tempo de Krishna, no tempo de Buda, no tempo de Jesus, todas as outras vezes em que estiveste aqui.
Se agora a compreendes é porque este é o momento de estares aqui.
Quando entendes a verdade, desapareces.
A compreensão é a morte, a morte da fantasia e da ilusão.
A verdade parece-te familiar porque é familiar e, no entanto, revela novas dimensões porque a todo o momento estás acordado para outro entendimento.

Muitas vezes ouvimos as palavras e não as entendemos.
A transformação é uma função da verdade.
Jesus disse: “A verdade vos libertará”.

No momento que entendes, estás livre.
Deves ouvir mas não deves comparar porque ao fazeres isso estás a fazer com que a memória se entregue ao sentimento do que é familiar e aí ficas distraído.
Então deves ouvir só por ouvir sem pensar no que já conheces porque de contrário pensas que não há nada novo para compreender.
A comparação impede de desabrochar.
Se escutares, com atenção por um instante, é suficiente e acordarás.

E um momento é o bastante... porque é aí... que a porta se abre para a eternidade.

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